terça-feira, 26 de junho de 2012


Prefácio...Do livro: Ate Quando

Autores: Aileen Silva Carroll / Sérgio Andrade

“Não à violência do coração, não à violência da palavra, não à violência do punho.”
Martin Luther King Jr.
“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” Jesus

Já fiz o prefácio de vários livros; na maioria das vezes, animado pela boa notícia e pela alegria de anunciar uma história fascinante e contagiadora. Porém, prefaciar um livro sobre a “violência contra a mulher praticada por parceiros íntimos” só é possível pelo compromisso de cumprir a missão na luta pelo direito e pela justiça.

Não há como celebrar os depoimentos, pois eles geram revolta e indignação. Arraigados na certeza de que temos uma missão a cumprir, todos os cristãos devem estar dispostos a seguir firmemente até as últimas consequências na luta em defesa das mulheres que sofrem violência.

Em geral, a violência contra a mulher está clara na linguagem, no humor, na cultura, nos esportes, nas organizações religiosas e em outros espaços sociais. E quando a violência se manifesta contra o outro nas expressões da sociedade, é
possível que dentro de cada pessoa já tenha acontecido a coisificação da vida.
As palavras que o leitor encontrará neste livro manifestam nossa solidariedade às pessoas que sofrem violência e expressam nosso repúdio a toda forma de violência contra a mulher. Mais que isso, os autores apresentam, a partir de experiências pastorais práticas e pesquisas com mulheres, alguns caminhos que podem indicar saídas para milhares de esposas, mães, filhas, amigas e companheiras de trabalho que vivem tal situação.
Eles também trazem à tona nossa indignação e intolerância coletivas contra toda forma de violência contra a mulher, seja ela pobre ou rica, socialmente desprotegida ou resguardada pelo poder público, solteira ou casada, negra ou branca, jovem ou idosa, cristã ou não-cristã, analfabeta ou universitária, politicamente militante ou alienada, residente no meio urbano ou rural.

Finalmente, preciso dizer que coloco-me ao lado dos autores para lamentar a indiferença e a omissão das lideranças religiosas — inclusive de igrejas cristãs — sobre o tema.
Ao mesmo tempo, como agentes de transformação do reino de Deus, somos impelidos a desafiar a igreja de Jesus Cristo a imitar o seu Senhor na proteção, no acolhimento às mulheres que sofrem violência e no gesto sempre pronto e corajoso de denunciar e repreender os opressores.
Seguindo a história e o exemplo de Jesus, plantemos a semente da paz e da justiça, a fim de que todas as mulheres e homens desfrutem da fecundidade da vida na plenitude do amor.
Pastor Carlos Queiroz

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